Dirigido por Fabiana Parra, o longa estreia com exclusividade no Reserva Cultural (SP) no próximo dia 20

Sinopse: Um maestro brasileiro vai a Cuba, para um Concerto em comemoração a seus 50 anos como pianista. Essa é apenas a premissa do documentário “Sin embargo, uma utopia”:  acompanhando as andanças do maestro Kleber Mazziero por terras cubanas, a partir do encontro de um artista brasileiro com artistas cubanos, da arte brasileira com a arte cubana, o espectador observa a realidade de um país que, mesmo diante do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos da América, segue sendo uma Utopia.

Dirigido por Fabiana Parra, o documentário tem Mazziero como produtor executivo, e estreia com exclusividade no Reserva Cultural (SP), no próximo dia 20 de junho de 2024. O longa, que começou com um registro de um concerto, tornou-se, como explica o maestro, “sobre a situação de Cuba”.

O filme abre e encerra com ele próprio fazendo um apelo ao presidente e à vice-presidenta dos EUA para colocar um fim ao embargo do país a Cuba que já dura mais de 60 anos, e começou a passar por um relaxamento no governo de Barack Obama, mas voltou a ser irrestrito durante a presidência de Donald Trump.
“A ideia desses textos surgiu após vermos e vivermos as condições subumanas em que vivem os cubanos. Após vermos o joelho dos EUA sufocando o pescoço de onze milhões de pessoas por nada. Porque eles ousaram, um dia, acreditar que todos somos iguais, que todos somos comuns, que todos somos um. O texto foi escrito pela diretora do filme a quatro mãos comigo”, relembra. 
Mazziero conta que o filme nasceu de um projeto pessoal, sobre a ida de um compositor brasileiro a Cuba, mas, aos poucos, foi ganhando outros contornos. “Deixou de ser um filme pessoal e se tornou um filme narrado desde uma perspectiva pessoal, eu até diria (em detrimento de minha participação no filme) personalista”, diz o maestro. 

Durante dez dias em Cuba, Parra filmou mais de 15 horas de material, entre o concerto, imagens de cobertura, entrevistas e tomadas de lugares como o Conservatório Amadeo Roldán e a Escuela Internacional de Cine y TV, em San Antonio de los Baños.
“Cortar aquele material era como cortar parte da própria carne, pois queríamos mostrar tudo o que vimos e vivemos. No entanto, o enriquecimento que tivemos foi ainda maior do que a dificuldade”, explica a diretora. “Construímos um discurso cinematográfico que mesclou o aspecto histórico, o âmbito social e a instância emocional”, resume.
Como maestro, Mazziero regeu e dirigiu três óperas, ao longo de sua carreira. Depois, foi para o teatro, montando onze peças, premiadas, e logo foi para o cinema com mais de 38 filmes - com títulos premiados em cinco continentes. “Desse modo, minha formação e experiência como maestro levou-me ao cinema. Agora: no âmbito discursivo, no uso dos recursos de linguagem, a música contribuiu fundamentalmente para me dar a noção precisa do tempo”, define.
“Cinema é a arte de esculpir o tempo. Nada melhor do que um maestro para controlar o tempo”, conclui.
SIN EMBARGO, UMA UTOPIA é uma coprodução Kaza Véia Produções e Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematográficos - ICAIC.