Rose DeWitt Bukater, protagonizada por Kate Winslet, é personagem fictícia do filme Titanic (1997),  dirigido, roteirizado e produzido por James Cameron. O filme teve 13 indicações ao Oscar, ganhando 11 estatuetas em 1998. Inclusive, Kate recebeu sua primeira indicação como melhor atriz, já que em 1995 havia recebido como atriz coadjuvante pelo filme  Razão e Sensibilidade. 

Titanic é um clássico do cinema, e como todo clássico, pode passar anos que sempre haverá uma forma de abordar novos assuntos sobre a obra, e é isto que torna este tipo de filme tão especial e atemporal. Hoje trarei um tema interessante, e que não sei dizer se foi proposital, ou apenas uma coincidência, independente a resposta, é brilhante de qualquer forma. Vamos contextualizar? 

Rose DeWitt Bukater tem 17 anos, é de uma família da alta sociedade da Pensilvânia, que depois da morte do patriarca ficou endividada. Rose, então, é praticamente coagida por sua mãe a se casar com um magnata chamado Caledon Nathan Hockley, que para impressioná-la, as convida para viajarem pelo cruzeiro dos sonhos: Titanic.


Durante a viagem que inicia em Southampton, na Inglaterra, e deveria terminar em Nova York, nos Estados Unidos, Rose conhece Jack Dawnson, interpretado no longa por Leonardo DiCaprio, um jovem pobre de 22 anos, que ganha a vida desenhando retratos, ele consegue os bilhetes, para a 3º classe, a bordo do Titanic em uma partida de poker. 


Bom, aí o restante da história todos nós conhecemos, os dois se apaixonam e temos uma das histórias de amor mais emocionantes do cinema. A ideia aqui não é uma resenha do filme, e sim falarmos sobre uma teoria sobre a Rose, então já que contextualizei vocês, vamos a ela!


A teoria do olhar de Rose DeWitt Bukater

Você percebeu que as 4 principais mudanças na vida da personagem Rose são destacadas através do olhar dela? 

A primeira mudança é quando Rose chegada ao navio, é onde visualizamos o primeiro momento dela em cena. Ela observa a embarcação e mostra até um certo distanciamento daquele cenário de grandiosidade. Ela diz que não entende a comoção das pessoas diante a grande embarcação. Lembrando que Titanic era um marco para a época, mas por estar contrariada naquela situação, Rose com seu desdém quer mostrar ao seu noivo que não está impressionada. Aqui vemos um olhar e uma postura de quase arrogância, e no início do filme parece que é  justamente isto que ela vai nos entregar, uma jovem rica, mimada e arrogante, entretanto, ao passar da trama, é possível entender que Rose é muito mais do que isso, e vemos seu crescimento e sua mudança de perspectiva conforme vai saindo da bolha que a mãe a coloca.  


Se você pular, eu pulo, lembra?

Sua segunda mudança visível, é quando ela já está segura dentro do bote salva vidas enquanto o Titanic segue afundando, ela olha para Jack ainda no navio e não pensa duas vezes antes de voltar para junto dele, para mim é umas das cenas mais bonitas do filme, aqui ela entende o quanto o ama, e que mesmo perdendo seus privilégios, é com ele que ela quer estar. Aqui é um prenúncio para o desfecho do filme, e das decisões que ela toma para a vida dela a partir deste momento. 


A terceira mudança é marcada pelo olhar de Rose assim que é resgatada, neste momento que ela olha para a estatua da liberdade, momento muito simbólico que ela entende que para realmente se sentir livre, terá que deixar tudo que a prende para trás, e é quando ela muda seu nome de Rose DeWitt Bukater para Rose Dawson. 


A quarta e a última mudança na vida de Rose, é quando finalmente ela dá um desfecho a sua história com o Titanic, é quando ela se despede da última coisa que a liga diretamente ao navio e a tudo que ela viveu naqueles dias que envolveram a tragédia do naufrágio. Aqui já vemos uma Rose madura, que conseguiu viver tudo que prometeu viver ao seu grande amor sem a intervenção de ninguém que pudesse impedi-la de ser quem ela gostaria de ser. Um mulher que amou, lutou, e viveu para ser o que esperava de si mesma, e não o que a família queria que ela fosse. Vemos um olhar cheio de gratidão e com a certeza de que ela sabe que fez o que precisava ser feito. 


Eu definitivamente não sei o quanto essas coincidências foram propositais, mas dentro de um contexto cinematográfico isto tem uma beleza sem tamanho, e só fortalece o título de clássico que o filme carrega, afinal,  27 anos de seu lançamento eu estou aqui criando mais uma das centenas de teorias sobre o filme que encontramos por aí. 

Espero que tenha gostado, compreendido e se emocionado, tanto com a teoria, quanto com o filme, e se não assistiu, com certeza este é o momento. E aí, me conta, já tinha percebido estes detalhes?