Quando assisti pela primeira vez o filme "Os Estranhos" em 2008, lembro de terminá-lo em êxtase, era algo novo, uma atmosfera diferente, o longa trazia um refresco aos filmes do gênero, e foi muito bem conduzido pelo seu casal protagonista, Liv Tyler e Kristen McKay, além de muito bem apresentado pelo diretor Bryan Bertino. Até hoje ele segue sendo um dos meus preferidos do gênero. Inclusive, Bertino confirmou que  se inspirou nos assassinatos de 1969 cometidos pela Família Manson, caso posteriormente conhecido Caso Tate-LaBianca, e no romance baseado nos crimes de Charles Manson, Helter Skelter, além de um evento que ocorreu em seu bairro, quando ele era criança.


Neste filme fomos apresentados aos estranhos, assassinos que sentem prazer em perseguir e aterrorizar suas vítimas, pelo simples fato delas estarem no mesmo local que eles. Não existe um motivo, além do fato de você estar no lugar errado. O que me surpreendeu no primeiro filme foi justamente o final, que é algo que no fundo a gente não espera, a desesperança e tensão chocou audiências do mundo todo, e isso tornou "Os Estranhos" (2008) um grande sucesso da época, e garantiu sua sequência.


Sinopse: Kristen e James estão esperando por um final de semana de descanso na casa de campo da família, mas a estada deles é perturbada. Primeiro, uma mulher misteriosa e perigosa chega ao lugar enquanto James está fora. Quando ele retorna, ele acidentalmente mata seu amigo Mike, confundindo-o com um intruso e, então, o verdadeiro perigo aparece na forma de três torturadores mascarados, deixando Kristen e James lutando para sobreviverem. (Onde assistir: Youtube dublado e gratuito)


Dez anos depois, 2018, veio a sequência "Os Estranhos - Caçada Noturna", e definitivamente, para mim, foi uma grande frustração. Em relação aos outros filmes do gênero, obviamente não é o pior, mas não tem o mesmo brilhantismo do seu antecessor. Os psicopatas continuam brilhando, mas os personagens não são cativantes. Bailee Madison dá vida a personagem irritante e nada carismática Kinsey, e fica difícil torcer pela sobrevivência dela em vários momentos do filme. Infelizmente, a sequência esbarra em muitos clichês do gênero, é aquele tipo de filme que vale para uma fim de noite que você está sem muita paciência para escolher o que assistirá. Digamos que acho uma sequência bastante preguiçosa.


Sinopse: Uma família recebe a terrível visita de três psicopatas, que transformam suas vidas em um inferno. (Onde assistir: MAX) 

Pelo tamanho da sinopse, já dá para perceber que tudo envolvendo o filme é meio sem vontade, né? Uma sequência que levou 10 anos para ser lançada podia ter sido melhor desenvolvida, ainda mais com o sucesso do primeiro filme ainda reverberando. Entretanto, nada está tão ruim que não possa piorar, não é mesmo? 

Este ano, 2024, tivemos o lançamento de "Os Estranhos: Capítulo 1", título este que me dava a sensação de contar como tudo começou, assim que a divulgação foi acontecendo, entendemos que não era bem isso, e alguns chegaram a dizer que o longa seria uma releitura do primeiro. Mesmo com a experiência frustrada do segundo, fiquei ansiosa para assistir o terceiro filme da franquia, acreditei que poderia ser surpreendida, e realmente fui, mas não positivamente. 


A franquia Os Estranhos definitivamente entrou para lista de filmes de segunda, os famosos filmes b, eu realmente não sei dizer onde tudo começou a se perder desta maneira. "Os Estranhos: Capítulo 1" já começa com aquele clichê óbvio do casal que está em viagem, mas que algo acontece que os faz mudar de rota durante o caminho, nada de novo ao sol, mas a questão é que o filme não se reinventa em momento algum depois disso, é um amontado de clichês, com dois personagens fracos, com atuações ruins.  O diretor Renny Harlin (Do Fundo do Mar, Risco Total, Duro de Matar 2) parece inexistente durante todo o longa, porque não é possível que ele não tenha visto tantos problemas e simplesmente tenha aceitado bater o martelo e dizer: Temos um filme! 


O casal protagonista, interpretados pelos atores Madelaine Petsch e Froy Gutierrez, não convencem em momento algum, em algumas cenas temos a impressão de estar assistindo algum tipo de ensaio, e o texto do filme não os ajuda, aliás, deixa pior, o que já estava ruim. A cena final, o ápice do filme, que deveria ser pelo menos, é um show de horror, com diálogos que beiram a vergonha alheia, e tiram todo e qualquer sentido, principalmente quando se percebe que a cena final é referência ao primeiro filme de 2008. Neste momento fica tudo ainda mais dolorido de assistir. Quando surge na tela o "To Be Continued", e confirmamos que a trilogia realmente vai acontecer, bate um desânimo porque, definitivamente, colocaram no lixo todo o prestígio do primeiro filme, uma pena. 


Sinopse: A jovem Maya viaja para o campo com seu namorado para começar uma nova vida. Quando seu carro quebra, o casal é forçado a passar a noite em uma casa isolada na floresta, mas acabam aterrorizados até o amanhecer por três estranhos mascarados. (Onde assistir: aluguel nas plataformas)

"Os Estranhos: Capítulo 1" abusa da possibilidade de ser fraco, até mesmo para o gênero slasher que não é muito exigente. Um filme que fica na narrativa do gato e rato, mas não entrega tensão, suspense e muito menos terror. Uma direção preguiçosa, atuações bem duvidosas, e diálogos sofríveis, que o colocam de vez na lista de filmes b. 

Nota: ♥♥ (de 5)
Os Estranhos: Capítulo 1
EUA | 2024 | 1h32m | Terror – Suspense
Título Original: The Strangers: Chapter 1
Direção: Renny Harlin
Roteiro: Alan R. Cohen, Amber Loutfi, Alan Freedland
Distribuição: Paris Filmes