Cheguei do cinema e já vim direto escrever para vocês o que achei do longa, confesso que fui preparada, afinal de contas as críticas que saíram até agora não pouparam ninguém. Então, realmente fui pronta para sair frustrada do cinema. Como uma admiradora do universo Batman, falarei com vocês de coração aberto e serei o mais imparcial possível. 

Já adianto para que não fiquem esperando ao fim do filme. Coringa: Delírio a Dois, não tem cena pós crédito, e acredito que este seja um dos poucos pontos positivos que trarei sobre esta experiência no cinema. Eu realmente tenho saudades da época quando o fim era fim. 

A sequência estrelada por Joaquin Phoenix e Lady Gaga, estreia hoje, 3 de outubro, nos cinemas, e como eu havia previsto, o filme comprova que nem todo filme precisa de uma continuação.


Musical ou não, o longa não se justifica, tem um enredo raso, preguiçoso, e nem mesmo as atuações dos seus protagonistas empolgam ou dão ritmo a narrativa. As canções apresentadas não são fundamentais para o avanço da trama, dão a impressão de estarem ali, apenas para preencher espaço de um roteiro inexistente e cheio de buracos. 

Lady Gaga assume o papel de Harley Quinn, a Arlequina, parceira romântica do Coringa nos quadrinhos, e eu realmente cheguei ao final do filme sem reconhecer absolutamente nada da personagem, aliás, termino o filme pensando que os dois são qualquer coisa, menos o Coringa e a Arquelina que conhecemos. 


Todd Phillips prova que o dinheiro fala mais alto que a noção, e que mesmo não tendo um roteiro para fazer a sequência, topou faze-la! O resultado foi um amontado de belas cenas, mas que num contexto não fazem muito sentido e poderiam simplesmente virar um clipe musical sem compromisso. 

Nunca enxerguei o Arthur Fleck como o verdadeiro Coringa, e nesta sequência, isso parece ficar ainda mais claro, e acaba definitivamente tornando o filme desnecessário. O diretor parece tomar as piores decisões em relação ao personagem, como um pedido de desculpas pelos temas abordados em Coringa (2019), que acabaram trazendo tantas polêmicas e controvérsias na época. 

Infelizmente, Todd Phillips e Scott Silver parecem não ter entendido a essência caótica do personagem, que tem justamente este poder, e o resultado foi esse Arthur Fleck dominado e manipulado pela Arquelina, perdido em um mundo que não o entende, e que não é um assassino mortal, e sim, um cara que no final do dia surtou com o mundo que nunca o aceitou. 


Quando Coringa: Delírio a Dois termina, é impossível não se questionar, se nós não entendemos a piada, ou se nós somos a piada. Infelizmente, vivemos um momento muito sombrio na DC Comics, e não digo isso de forma positiva, por exemplo, quando falávamos isso de obras como a trilogia do Nolan. Não vejo nenhuma possibilidade de algo promissor nos próximos anos em relação ao estúdio. E quem perde somente são os fãs, e isso realmente é uma pena. 

Nota: ♥♥♥ (3 de 5)
Coringa: Delírio a Dois (Título original Joker : Folie à Deux)
Gênero: Musical/Thriller
Duração: 2h19m
Diretor: Todd Phillips
Roteiro: Todd Phillips e  Scott Silver
Elenco: Joaquin Phoenix, Lady Gaga, Brendan Gleeson
Lançamento: 03 de outubro

Sinopse: Em “Joker Loucura a Dois” encontramos Arthur Fleck institucionalizado em Arkham, à espera de ser julgado pelos seus crimes como Joker. Enquanto luta contra a sua dupla personalidade, Arthtur não só encontra o amor verdadeiro, mas também a música que sempre esteve dentro dele.